"Translation, then, is the visible sign of the openness of the literary system, of a specific literary system. It opens the way to what can be called both subversion and transformation, depending on where the guardians of the dominant poetics, the dominant ideology stand. No wonder, therefore, that there have been all kinds of attempts to regulate translation, to make sure that it does not exert any subversive influence on the native system, to use it to integrate what is foreign by naturalizing it first".
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O teórico belga André Lefevere (1945-1996) integra o grupo de teóricos europeus que procuraram estabelecer um novo paradigma para o estudo da tradução literária, na década de 70. Entre os pressupostos da sua reflexão, destaca-se o conceito de tradução como reescrita.
ResponderExcluirO teórico associa reescrita e manipulação, afirmando que a reescrita é uma manipulação, realizada a serviço do poder e que pode ajudar no desenvolvimento de uma literatura e de uma sociedade. As reescritas produzem novos textos a partir de outros já existentes, garantindo a sobrevivência das obras literárias, através da introdução de novos conceitos, géneros e recursos.
No entanto, defende que a reescrita pode também impedir a inovação, distorcer e controlar, numa época em que é crescente a manipulação de todos os tipos.
Ao reflectir sobre o papel da tradução na cultura da língua de chegada, Lefevere afirma que a tradução pode ser usada como meio de subversão e transformação, ao colocar uma cultura-fonte face a uma cultura-alvo.
O teórico argumenta que o processo que resulta na aceitação ou rejeição das obras literárias é dominado por factores externos ao núcleo dos estudos literários, como a manipulação, o poder e a ideologia, existindo assim uma estreita relação entre a tradução e as práticas económicas.