domingo, 8 de abril de 2012


O Subterrâneo

Aí estávamos nós no túnel arqueado correndo,
Tu no teu casaco de fuga acelerando adiante
E eu, eu atrás como um deus veloz voando
no teu encalço antes que te tornasses numa cana

Ou alguma nova flor branca lacada de carmim
Enquanto o casaco esvoaçava vivo e botão após botão
Se soltava e caia num rasto
Entre o Metro e o Albert Hall.

Em lua de mel, trabalhando à luz da lua, atrasados para o concerto,
Os nossos ecos morrem naquele corredor e agora
Sigo como Hansel seguia as pedras iluminadas pela lua
Refazendo o caminho, apanhando os botões

Para acabar numa estação ventosa à luz da lâmpada
Depois dos comboios terem partido, o trilho molhado
Exposto e tenso como eu, toda a atenção
Nos teus passos seguindo-me e condenados se eu olhar para trás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário