Tradução do poema “The Underground”, de Seamus
Heaney
Por Clara Batarda
"O Metropolitano"
Ali estávamos nós, a correr no túnel
abobadado/ abaulado,
Tu no teu casaco de lua-de-mel,
ultrapassando-me
E eu, eu então qual
A alcançar-te antes de te virares
para o colmo
Ou alguma nova flor branca entrelaçada
com carmesim
À medida que o casaco abava
desenfreadamente e cada botão
Saía e caía num caminho
Entre o Metro e o Albert Hall.
Lua-de-mel, biscates, chegada
atrasada aos Proms,
Os ecos das nossas vozes morrem
naquele corredor e agora
Venho, feito Hansel, o que
deparou com as pedras banhadas de luar
Voltando atrás no caminho,
recolhendo os botões
Para acabar numa estação fria,
iluminada por lâmpadas
Depois de os comboios partirem, o
caminho húmido
Despido e tenso como eu, toda a
atenção está virada
Para o teu passo que segue e
maldito seja eu se olhar para trás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário