James S. Holmes
Forms of Verse Translation and the Translation of Verse Form
pp. 25-26
Forms of Verse Translation and the Translation of Verse Form
pp. 25-26
A primeira abordagem tradicional consiste em conservar a forma do original. Efetivamente, uma vez que a forma de um verso não pode existir fora da língua (embora a ilusão do contrário seja conveniente), conclui-se que o tradutor não pode “conservar” nenhum tipo de forma enquanto viaja entre a língua de partida e a língua de chegada. Também por este motivo, é preferível evitar o termo “forma idêntica”: nenhum verso apresenta a mesma forma entre línguas diferentes, por mais que as suas nomenclaturas sejam semelhantes ou que as línguas sejam cognatas. Na realidade, o que acontece é bastante parecido com o que acontece na dança. Tal como um bailarino pode realizar um padrão de passos muito semelhantes com outros, a sua execução vai ser sempre diferente, porque os bailarinos são também eles diferentes, do mesmo modo que o tradutor ao embarcar na sua primeira abordagem irá imitar a forma do original o melhor que conseguir, construindo hexâmetros alemães para o grego ou terza rima ingleses para o italiano. Esta abordagem, descrita mais adequadamente por “forma mimética”, pode ser formulada do seguinte modo:
1) Fp ~ Fmp
(forma mimética)
em que Fp designa a forma do verso do poema original, Fmp a forma do metapoema e ~ a semelhança fundamental.
Ao usar a forma mimética, o tradutor olha diretamente para o poema original quando escolhe a forma de verso em detrimento de todas as outras considerações. Uma segunda escola de tradutores tem vindo a olhar tradicionalmente além do poema original em si e para a função da sua forma no âmbito da tradição poética em que se insere e procuraram uma forma que desempenhasse uma função similar na tradição poética da língua de chegada. Uma vez que a Ilíada e a Gerusalemme liberata são obras que se enquadram na poesia épica, esta escola argumenta que uma tradução inglesa deve adotar uma forma de verso apropriada a este género, ou seja, em verso branco inglês ou um dístico heroico. O princípio subjacente a esta abordagem consiste numa “forma analógica”, que pode ser formulada do seguinte modo:
2) Fp ; TpLp :: Fmp : TpLc(forma analógica)
em que TpLp indica a tradição poética da língua de partida e TpLc a tradição poética da língua de chegada.
Tanto a forma mimética como a forma analógica podem ser classificadas num segundo plano como “formas-derivadas”, uma vez que são determinadas pelo princípio de procura de algum tipo de equivalência na língua de chegada para a forma palpável do poema original. É uma relação que pode ser formulada por:
(1 & 2) (Cp – Fp) TPLC -> PT FMP CMPTanto a forma mimética como a forma analógica podem ser classificadas num segundo plano como “formas-derivadas”, uma vez que são determinadas pelo princípio de procura de algum tipo de equivalência na língua de chegada para a forma palpável do poema original. É uma relação que pode ser formulada por:
(formas-derivada)
em que Cp indica o “conteúdo”, o material não-formal do poema original, CMP indica o conteúdo do metapoema e PT o processo entre línguas.
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